Prepare-se, terráqueo: segundo o teórico britânico Nafeez Ahmed — famoso por prever coisas como a crise de 2008, o boom das energias renováveis e até o Brexit (ou seja, o cara não erra uma) — estamos no limiar de um “salto gigante” da civilização humana. E não, não é aquele salto de fé, tipo o do Indiana Jones: é uma daquelas encruzilhadas históricas em que ou viramos uma sociedade ultra-evoluída, cheia de energia limpa e Wi-Fi grátis para todos… ou escorregamos ladeira abaixo direto para o abraço sufocante do autoritarismo.
No seu artigo recém-publicado na revista científica Foresight (nome que, convenhamos, combina bem com quem gosta de prever o futuro), Ahmed diz que estamos prestes a experimentar uma “superabundância em rede”. Parece até slogan de startup, mas calma: ele está falando de um mundo onde energia, comida e informação são abundantes, limpas e acessíveis. Lindo, né? Só que aí vem o porém — sempre tem um porém: esse salto pode ser “frustrado por projetos políticos centralizados de extrema direita”, como… sim, ele mesmo citou, Donald Trump. E, nesse momento, você ouve ao fundo o som de uma porta se fechando.
O ciclo civilizatório: a montanha-russa inevitável
Segundo Ahmed, nossa civilização está seguindo aquele roteiro clássico de quatro atos: crescimento, estabilidade, declínio e transformação. Ou seja, não é uma crise, é só o script mesmo. Ele diz que a “civilização industrial” está tropeçando feio na etapa do declínio, caminhando rapidamente para uma transição que promete — ou ameaça — reconfigurar tudo.
A base da análise? Nada menos que uma montanha de dados empíricos mostrando que setores essenciais como energia, transporte, alimentos e informação estão mudando de fase ao mesmo tempo. É como se estivéssemos jogando The Sims e, de repente, todas as barras de necessidade ficassem piscando em vermelho simultaneamente.
Um dos exemplos mais gritantes é o famoso EROI — o Retorno sobre Investimento em Energia. Traduzindo: estamos gastando cada vez mais energia para extrair… menos energia! É tipo trabalhar 12 horas para pagar uma pizza e uma passagem de ônibus. Enquanto isso, governos autoritários insistem em enfiar bilhões em subsídios para combustíveis fósseis, como quem insiste em consertar fita cassete quando o mundo já está no streaming.
A esperança (ou quase isso) nas tecnologias
Mas nem tudo está perdido: as energias limpas estão virando o jogo com um EROI que cresce mais rápido que os preços do aluguel. O estudo aponta que essa transformação não é isolada: também está rolando uma revolução no modo como produzimos alimentos, nos deslocamos e… claro, como deixamos as máquinas pensarem por nós com a inteligência artificial.
Ahmed prevê que, entre 2030 e 2060, teremos uma convergência tecnológica digna de filme de ficção científica, onde várias dessas inovações vão se juntar para — olha só — aumentar nossa capacidade produtiva e proteger o meio ambiente. Parece utopia, mas quem sabe? Só falta agora os humanos não estragarem tudo, como sempre.
A sombra do autoritarismo
E aí está o alerta final: apesar de todo esse potencial transformador, o autoritarismo global segue como aquela nuvem cinza que aparece bem na hora da festa ao ar livre. Segundo Ahmed, regimes autoritários podem bloquear ou atrasar esse ciclo civilizatório revolucionário, mantendo-nos presos ao passado e sufocando o futuro.
Então, o resumo é simples: ou a humanidade se reinventa com energia limpa, tecnologias colaborativas e consciência ecológica… ou segue teimando no autoritarismo, na exploração predatória e no negacionismo científico — e aí, bem, o salto pode ser para o abismo.
Escolha sua aventura.
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