APPLE: como o orgulho da maçã virou a maçã do orgulho

A treta do século (ou quase)

A novela começou com a Epic Games (criadora do Fortnite) se revoltando contra a Apple, que cobra aquele famoso pedágio de 30% sobre compras dentro dos aplicativos. Tipo: você quer vender uma skin do Naruto dentro do Fortnite no iPhone? Então paga pra Apple. Epic disse “não, obrigada”, tentou burlar o sistema e… foi chutada da App Store.

Só que a coisa escalou, virou processo, arrastou-se por anos e agora temos uma decisão bombástica da juíza Yvonne Gonzalez Rogers: a Apple está proibida de cobrar taxas sobre transações feitas via web — ou seja, se o app mandar o usuário pra um site externo, a Apple não pode botar a mão.

E mais: a juíza não só esculachou a Apple nas entrelinhas, como encaminhou um executivo da empresa para investigação criminal por, segundo ela, ter mentido em juízo. É, a coisa ficou feia.

A maçã virou um abacaxi?

O papo aqui é maior que uma taxa. Segundo John Gruber, blogueiro lendário do Daring Fireball (e quase um oráculo da Apple), o problema é que a empresa cresceu tanto que esqueceu de onde veio. Quer parecer pequena e boazinha, mas hoje é um monstro corporativo trilionário que tenta controlar tudo.

A Apple começou querendo vender iPhones. Vendeu tanto que não tinha mais pra quem vender. E aí fez o quê? Começou a sugar cada centavinho dos usuários e, principalmente, dos desenvolvedores que fazem os apps que a gente ama.

Quem aguenta?

Spotify e Amazon disseram “não, valeu” e pararam de vender direto nos apps do iPhone. Mas a maioria ficou sem escolha: ou aceita as regras da Apple ou fica fora do jogo. Só que agora, com essa decisão judicial, a maré pode virar.

Amazon já atualizou o app do Kindle pra vender e-books pelo navegador. Spotify deve fazer o mesmo. A brecha tá aberta.

Cultura ou arrogância?

Segundo Gruber, o problema é cultural. A Apple sempre se achou a empresa que “faz a coisa certa”. Só que agora, nesse movimento de serviços, com foco total em lucrar em cima dos usuários, ela parece ter perdido o rumo. Resultado? Tá colecionando derrotas públicas e virando vilã na história.

E não é só isso. Tem ainda os tarifões do Trump, a guerra com o Google por causa de acordos de busca bilionários, e… a IA, que deveria ser a nova revolução da Apple com o “Apple Intelligence”, mas por enquanto só entregou promessas atrasadas e a Siri mais perdida que nunca.

Moral da história

A Apple ainda é gigante. Mas talvez esteja com o ego tão inflado que esqueceu de escutar quem realmente importa: os usuários e os criadores que construíram o ecossistema dela. Se não mudar o tom, pode continuar colecionando processos, memes e… artigos debochados como este.