EUA e Argentina anunciam criação de um sistema de saúde global alternativo à OMS. O projeto é vago, polêmico e pode chacoalhar a diplomacia mundial
EUA e Argentina anunciam criação de um sistema de saúde global alternativo à OMS. E não, isso não é roteiro de uma série distópica no streaming – é o noticiário real de 2025.
Cansados de brincar no parquinho da Organização Mundial da Saúde (OMS), os dois países decidiram montar seu próprio plano de saúde global – com regras próprias, chefia nova e, claro, sem pagar mensalidade pra Genebra.
A rebelião do jaleco branco
O anúncio veio em tom sério, mas o cenário parecia filme: Roberto F. Kennedy Jr., secretário de Saúde dos EUA, e Mario Lugones, ministro argentino, deram as mãos e lançaram a proposta de um “novo sistema internacional de resposta a pandemias e emergências”. Em bom português: um clube da vacina versão alternativa.
EUA e Argentina anunciam criação de um sistema de saúde global alternativo à OMS. A ideia é criar uma estrutura by the book, mas com livros diferentes dos usados pela OMS.
A treta com a OMS (de novo)
Quem acompanha o noticiário sabe que Donald Trump tem ranço antigo da OMS. No primeiro dia de seu segundo mandato, ele não perdeu tempo e reabriu o processo de saída da organização. O presidente da Argentina, Javier Milei, não quis ficar de fora do drama e fez o mesmo em fevereiro. E voilà: nasce a parceria entre os dois países.
A justificativa? Segundo a declaração oficial, a OMS falhou na pandemia de COVID-19, apresentando “deficiências estruturais e operacionais”. Kennedy ainda acusou a entidade de falta de transparência nos momentos mais tensos da crise sanitária.
Pra completar, ele prometeu que o novo projeto será “baseado em ciência de padrão ouro e livre de impulsos totalitários”. Que é o tipo de frase que deixa qualquer diplomata suando frio.
Ainda tá tudo no PPT
Até o momento, o tal sistema alternativo ainda está no modo rascunho: sem nome, sem site e sem cronograma. Mas EUA e Argentina anunciam criação de um sistema de saúde global alternativo à OMS com a confiança de quem já pediu demissão e está montando uma startup com o amigo do CrossFit.
A expectativa é atrair aliados que compartilhem da mesma insatisfação com o modelo da OMS. Alguns rumores já falam em possíveis adesões por parte de países com governos mais nacionalistas.
E o resto do mundo?
A comunidade internacional, até agora, está dividida entre o ceticismo e o “espera sentado”. Criar um sistema de resposta global à saúde não é montar um grupo de WhatsApp. Envolve financiamento, logística, cooperação científica internacional, acordos multilaterais e, claro, confiança. E essa última tá em falta no mercado.
O movimento dos EUA e da Argentina, no entanto, acende o alerta: e se outros países resolverem sair da OMS também? A diplomacia sanitária global pode virar um ringue com mais rounds do que a próxima pandemia.