Trump entrega a mediação da paz na Ucrânia para o… Papa. Isso mesmo, o Papa.

Eis a frase que poderia muito bem estampar um outdoor na frente da Casa Branca, enquanto Donald Trump, mestre em terceirizações políticas e administrativas, decide que mediação de guerra é coisa para quem tem vocação… divina.

Depois de meses brincando de “senhor das negociações de paz” e tentando posar de protagonista na novela trágica chamada Conflito da Ucrânia, Trump aparentemente cansou. O roteiro, já meio desgastado, agora ganha um novo — e improvável — personagem principal: o Vaticano.

☎️ Tudo começou com um singelo telefonema de duas horas (sim, duas horas, como quem bate papo com o provedor de internet) entre Trump e Vladimir Putin. Resultado? Trump anunciou com aquele jeitão de quem está largando a toalha que a Rússia topou iniciar negociações diretas com a Ucrânia.

Mas atenção: sem a mediação americana. Isso mesmo. Trump, aquele que não perde uma chance de enfiar os EUA em encrenca internacional, agora resolveu fazer o que ninguém esperava: sair de fininho e deixar o abacaxi na mão… do Papa.

Vaticano, é contigo!

Sim, Trump sugeriu que as próximas conversas de paz sejam sediadas pelo Vaticano, possivelmente conduzidas pelo Papa Leão XIV — só tem um pequeno detalhe: não existe um Papa Leão XIV. O último Leão reinou no século XIX, mas quem se importa com precisão histórica quando se está costurando acordos de cessar-fogo entre potências nucleares, não é mesmo?

O gesto foi interpretado por analistas como uma clássica “passada de bastão” trumpista: não conseguiu arrancar de Putin um cessar-fogo? Então entrega o bastão sagrado ao Vaticano, finge elegância diplomática e parte para focar no que realmente interessa: os lucros.

Spoiler: Trump quer é fazer negócios.

Logo após a ligação, Trump soltou aquela que poderia ser a tagline do seu próximo livro:

“A Rússia quer fazer comércio em larga escala com os EUA quando esse banho de sangue acabar.”

Ou seja, paz é importante, claro. Mas contratos bilionários são ainda mais. Afinal, nada como um bom acordo de exportação para lavar as mãos e passar uma borracha na lembrança de um conflito que já dura anos.

E a Ucrânia? Boa pergunta.

🇺🇦 A Ucrânia, aparentemente, ficou entregue aos cuidados da sempre zelosa Europa. O Reino Unido, cumprindo o papel de bad cop, anunciou novas sanções contra a Rússia, mirando os setores militar, energético e financeiro. A velha tentativa: enfraquecer a máquina de guerra de Putin.

Enquanto isso, Trump vai se afastando da cena, talvez para planejar sua próxima tacada — ou quem sabe, uma partida de golfe.


Resumo da ópera: Trump tentou ser o dono do circo, mas quando viu que o urso russo não ia obedecer, entregou a bilheteria para o Vaticano. Agora, é esperar pra ver se o Papa (ou quem quer que Trump tenha imaginado que seja o Papa) conseguirá aquilo que nem superpotências, nem sanções, nem telefonemas de duas horas conseguiram: acabar com a guerra.

A política internacional virou mesmo um episódio de The Apprentice.

Próximo episódio? Só Deus sabe. E, aparentemente, o Papa também.